O biólogo Rhian Soares, em seu mestrado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), revela que a Floresta do Camboatá, em Deodoro, é fundamental para a conservação da fauna e da flora do município do Rio de Janeiro, pois permite dispersão de animais entre as três maiores Unidades de Conservação do município. A dispersão de espécies é essencial para a manutenção do tamanho populacional e da diversidade genética mínimos necessários para a sobrevivência de animais e plantas. O estudo utilizou análises científicas para selecionar os mais importantes fragmentos florestais para a conectividade funcional da paisagem carioca. A conectividade funcional é medida padrão utilizada em paisagens fragmentadas, pois estabelece a probabilidade de que animais possam passar de um fragmento florestal a outro, levando em conta sua capacidade de dispersão. Dos 1100 fragmentos florestais não protegidos do município, apenas 32 se mostraram importantes em função de seu tamanho e localização geográfica, incluindo a Floresta do Camboatá, que permite a dispersão de espécies sobretudo entre o Parque Estadual do Mendanha e a Parque Estadual do Pedra Branca, mas também entre o Parque Estadual do Mendanha e o Parque Nacional da Tijuca (ver figura). O estudo sugere que a Floresta do Camboatá e outros fragmentos chave sejam transformados em Unidades de Conservação municipal. Rhian atuou como membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro e está concluindo seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da UERJ, sob orientação das professoras Mariana Vale do Depto. Ecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Paula Koeler, do Depto. Biologia da Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Figura 1: Fragmentos florestais do Município do Rio de Janeiro, destacando os 32 mais importantes para conservação da fauna e da flora, em função de relevância para a conectividade funcional da paisagem carioca.